Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Microplásticos em filtros de cigarro geram mais de 760 milhões de toneladas de lixo tóxico, diz ONU

Por Comunicação. Publicado em 18/02/2022 às 08:00.

Comuns em praias, resíduos aumentam vulnerabilidade de ecossistemas marinhos, afetando a saúde dos animais e também dos humanos.

Por Fernanda Nardo

Todos os anos, a indústria do tabaco produz seis trilhões de cigarros que são consumidos por um bilhão de fumantes no mundo. Seus filtros são compostos principalmente por microplásticos, conhecidos como fibras de acetato de celulose.  Dados da OMS mostram que as pontas do cigarro são o lixo mais descartado em todo o mundo. Anualmente, somam cerca de 760 milhões de quilos de dejetos tóxicos. Quando descartadas de forma inadequada, as pontas são decompostas por fatores como luz solar e umidade e liberam microplásticos, metais pesados e muitos outros produtos químicos, impactando a saúde e os serviços dos ecossistemas, como destaca a pesquisadora e professora de engenharia química da Universidade Federal do Paraná, Michele Rigon Spier.

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Entre os dez itens mais encontrados nas praias brasileiras estão restos de cigarro, tampas de garrafa, canudos, garrafas plásticas e sacolas plásticas. Por serem um dos lixos mais comuns nas praias, os ecossistemas marinhos ficam mais suscetíveis a esses materiais. No entanto, não é apenas o meio ambiente e os animais que são afetados o plásticos, na saúde humana, eles entram na cadeia alimentar e estão associados a mudanças genéticas, desenvolvimento cerebral e níveis de respiração, explica a pesquisadora.

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Por isso, ela defende a importância da conscientização do descarte correto dos filtros de cigarro, comuns nas praias, e materiais que contenham microplásticos. Segundo a pesquisadora, é preciso que o governo atue para reduzir o uso de plástico nos produtos.

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