Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Mulheres migrantes e refugiadas sofrem mais violência durante e após a travessia

Por Comunicação. Publicado em 06/06/2022 às 12:10.

1 a cada 5 refugiadas sofreu algum tipo de violência sexual, segundo a ONU.

Por Fernanda Nardo

O mundo registrou cerca de 281 milhões de migrantes internacionais no ano passado, segundo o Relatório Mundial sobre Migração 2022 da ONU, Organização das Nações Unidas. Esse total equivale a 3,6 % da população global. Uma parte delas deixa o seu país de origem por que é obrigada, fugindo de ameaças diversas, como as guerras e problemas socioecoômicos e ambientais, são os refugiados. O gênero faz toda a diferença nesta travessia. Em geral, mulheres migrantes são submetidas a diversas ameaças e abusos ao longo de seu caminho. Segundo a ONU Mulheres (2017), 1 a cada 5 refugiadas sofreu algum tipo de violência sexual – número ainda subnotificado. O risco é maior se estão desacompanhadas, grávidas ou são idosas. Claudia Anjos, coordenadora de projeto da OIM, Agência da ONU para migrações, reforça que o gênero é um dos fatores mais importantes que permeiam a experiência da migração.

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A palestrante e empreendedora, Prudence Kalambay, é do Congo, em 2005 fugiu de lá numa travessia a pé e perigosa atravessando regiões da África por causa de perseguição política. Prudence chegou ao Brasil em 2008, grávida e com uma filha pequena nos braços.

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Segundo a ONU o Brasil é modelo por conceder vistos humanitários a muitos refugiados e migrantes. Mas mesmo assim, Prudence que é mãe solo e luta pra conseguir cuidar das crianças e trabalhar ao mesmo tempo.

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No final de 2020, havia 57 mil pessoas refugiadas no Brasil, os dados do Conselho Nacional para os Refugiados, também apontam os venezuelanos são a maioria, seguidos de sírios e congoleses. Eliana Moreno, oficial associada de Proteção para Violência de Gênero da ACNUR Brasil, a agência da ONU para Refugiados, fala sobre o cenário atual e o que precisa ser melhorado para receber as mulheres refugiadas que chegam a nosso país.

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Ainda segundo pesquisa divulgada pelas agências da ONU, enquanto o desemprego alcança 9% dos homens venezuelanos, entre as mulheres este índice é de quase 30%.