Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Por que entendemos a maternidade como responsabilidade só da mulher?

Por Comunicação. Publicado em 28/03/2022 às 08:00.

Pesquisa feita no Paraná mostra que mais de 13 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe; situação escancara um problema crítico do Brasil, quando a economia do cuidado recai apenas sobre a mulher.

Por Fernanda Nardo

Por que é tão difícil nós, como sociedade,  entendemos que a maternidade não é apenas responsabilidade da mulher? Um levantamento feito pelo Cartórios de Registro Civil do Paraná reforçou uma situação antiga em nosso país. O estudo aponta que mais de 13 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento, nos quase dois anos de pandemia. O número representa 9% dos recém-nascidos paranaenses. Além disso, os reconhecimentos de paternidade caíram mais de 21% quando comparados a 2019, último ano antes da chegada da Covid-19. A professora Marlene Tamanini, do departamento de sociologia e coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR, destaca que as mulheres seguem como as mais afetadas há muitos anos e essa condição é agravada com a pandemia e com os processos migratórios provenientes da guerra. 

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Em números absolutos, o levantamento mostra que 13.535 recém-nascidos em 2020 e 2021 foram registrados com apenas o nome da mãe nos dois anos de pandemia no Paraná. Já no Brasil, nos quase dois anos completos de pandemia, mais de 320 mil crianças foram registradas somente com o nome da mãe na certidão de nascimento. Segundo a professora, é preciso que a sociedade entenda que o cuidado exige políticas, renda, e mudar a lógica do cuidado em uma cultura que tira a responsabilidade do homem neste processo.

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Os homens são peça fundamental para a sustentabilidade e equilíbrio dessa balança. No entanto, segundo a professora, para mudar uma cultura é preciso investir em educação, dentro do âmbito familiar e nas escolas.

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