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Atendimento à covid-19 coloca UPAs de Curitiba sob vistoria; 5 pacientes morreram

Por Jornalismo. Publicado em 09/12/2020 às 16:28.

Denúncia de atendimento precário colocou as UPAs de Curitiba sob vistoria. Unidades tem adaptações para o enfrentamento à pandemia mas avanço da Covid-19 sobrecarrega o sistema.

Cinco pacientes de Covid-19 que estavam sendo atendidos pelas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) em Curitiba morreram entre o sábado dia 5 e a segunda-feira dia 7. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, todos tinham quadros respiratórios graves, e alguns apresentavam comorbidades. Três deles aguardavam um leito de UTI. Um deles tinha indicação de cuidados paliativos e a última paciente sofreu parada cardiorrespiratória ao dar entrada na unidade de pronto atendimento. A secretaria reforçou que todos receberam os devidos cuidados. 

Duas UPAs da cidade tiveram alteração de funcionamento por conta da pandemia: a do Boqueirão foi adaptada com leitos clínicos para pacientes de Covid-19 e a da Fazendinha recebe pacientes de outras enfermidades do Hospital do Idoso, liberando vagas para atendimento dos casos relacionados ao coronavírus. 

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública de Curitiba, acatou uma denúncia feita pelo deputado estadual Goura (PDT) sobre a situação de precariedade do atendimento nas UPAS da capital. Como o MP não tem pessoal técnico para realizar as vistorias, ficou determinado aos Conselhos Regionais de Medicina e Enfermagem realizarem as análises. Segundo a denúncia do deputado, a situação na UPA do Campo Comprido é precária, com falta de equipamentos, de manutenção e de condições estruturais da unidade. Mas a determinação define ainda análise das condições de atendimento da equipe médica.

Segundo o promotor de Justiça que determinou a vistoria, Marcelo Paulo Maggio, a denúncia indica violação do direito à saúde e à responsabilidade do estado de promover políticas públicas para sua garantia, principalmente com o cenário que ele considerou dramático na capital, com ocupação de cerca de 94% dos leitos de UTI disponíveis e mais de cem pessoas aguardando uma vaga.