Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Pesquisa da UFPR investiga causas e efeitos da Poluição Sonora, que provoca estresse, dores de cabeça e até perda auditiva

Por Comunicação. Publicado em 19/04/2024 às 13:16.

Concentração de diferentes fontes de barulhos é chamada de poluição sonora e virou um problema de saúde pública

Repórter Camila Calaudiano. Supervisão: Alice Lima

Você já sentiu dores de cabeça após passar muito tempo em um ambiente barulhento? Isso tem nome. A concentração de diferentes fontes de barulhos é chamada de poluição sonora e virou um problema de saúde pública. Hoje, é considerada pela Organização Mundial da Saúde a terceira maior fonte de poluição do mundo. Está presente em diversos lugares, principalmente em ambientes urbanos, como no trânsito, fábricas e indústrias, construções civis, jogos, bares e até em escolas. E como isso afeta a saúde? A fonoaudióloga Aline Spina, que é especialista em Saúde Auditiva, explica.

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Além desses efeitos, altos índices de barulhos podem gerar estresse, perturbações no sono, baixo desempenho escolar, elevação da pressão arterial e transtornos como ansiedade e depressão.

Mesmo apresentando tantos prejuízos à saúde, a discussão sobre a poluição sonora caminha a passos lentos. O professor Paulo Henrique Zannin, que é pesquisador no Laboratório de Acústica Ambiental Industrial e Conforto Acústico (Laaica) da Universidade Federal do Paraná, fala sobre esse problema:

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O pesquisador ainda aponta algumas soluções.

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No Paraná, a perturbação do sossego foi a ocorrência mais registrada pela Política Militar em 2022. No ano passado, só Curitiba registrou uma reclamação de poluição sonora a cada meia hora. Foram registradas 1.863 ocorrências de janeiro a abril de 2023.

O professor Paulo Zannin também orientou estudos realizados na Linha Verde, em Curitiba, que utilizou um software especializado para medir a emissão de ruído em diversos pontos do Trecho Norte.

Os resultados revelaram que o nível de ruído emitido num período de 24 horas, supera o limite de 60 decibéis, determinado pela Lei Municipal. A análise de projeções futuras, considerando um aumento do número de veículos em circulação, ainda revelou que a poluição sonora tende a piorar com o passar do tempo. Pesquisas como essa, de mapeamento sonoro, contribuem para o planejamento urbano e a elaboração de políticas públicas que levem em consideração o conforto acústico da população.

Agência Escola UFPR – Um projeto da Universidade Federal do Paraná que conecta ciência e sociedade. Para apresentar aos públicos as pesquisas da UFPR, produz conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, audiovisuais, eventos e muito mais.