Após a África do Sul, é o segundo com maiores desigualdades entre os membros do G20. O estudo lançando nesta semana pelo Laboratório das Desigualdades Mundiais afirma que os 10% mais ricos no Brasil sempre ganharam mais da metade da renda nacional.
Por Fernanda Nardo
O Brasil permanece um dos países com maior desigualdade social e de renda do mundo, segundo o estudo lançado mundialmente nesta semana pelo Laboratório das Desigualdades Mundiais, que integra a Escola de Economia de Paris. O relatório é baseado em mais de quatro anos de trabalho de mais de 100 pesquisadores em todo o mundo, e aponta que a pandemia da Covid-19 aumentou a lacuna financeira entre ricos e pobres. Segundo o estudo, entre os mais de 100 países analisados, o Brasil é um dos mais desiguais. Após a África do Sul, é o segundo com maiores desigualdades entre os membros do G20. O estudo afirma que os 10% mais ricos no Brasil sempre ganharam mais da metade da renda nacional, o equivalente a 59%. Para o economista e professor de Economia da UP, Guilherme Marques Moura, essa discrepância de renda no país é marcada por níveis extremos há muito tempo.
SONORA
Ainda conforme o estudo, os 50% mais pobres ganham 29 vezes menos do que recebem os 10% mais ricos no Brasil. Na França, essa proporção é de 7 vezes. Outro dado relevante é que as desigualdades patrimoniais são ainda maiores do que as de renda no Brasil, os 10% mais ricos no Brasil possuem quase 80% do patrimônio privado do país. O economista sugere mudança fiscal e investimentos em políticas voltadas à educação e trabalho.
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Segundo o relatório, as regiões com maiores desigualdades sociais no mundo são a África e o Oriente Médio. O relatório também leva em conta a desigualdade de renda relacionada ao gênero. No mundo, as mulheres ganham, em geral, um terço dos homens. O estudo afirma que em 2021 as desigualdades estão no mesmo nível do que eram no início do século 20, época do chamado imperialismo moderno ocidental, que criaram disparidades econômicas entre os países. Além disso, a renda dos 50% mais pobres no mundo hoje é a metade do que era em 1820.