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Desmatamento no Parque das Lauráceas expõe fragilidades das unidades de conservação do estado

Por Jornalismo. Publicado em 16/09/2020 às 18:16.

Desmatamento da Floresta Atlântica no Paraná atinge inclusive unidades de conservação estaduais e a fiscalização não dá conta do avanço de extrativistas e pecuaristas.

 

Em 2020 grandes queimadas atingiram a Floresta Amazônica e o Pantanal, situações que além de impactarem a biodiversidade local, mexem no sistema de chuvas e temperatura da outras regiões, inclusive no Paraná. Mas apesar de nossa atenção estar voltada para estes biomas em chamas, aqui mesmo no estado uma das florestas mais importantes está caindo em silêncio.

O Paraná é o terceiro estado que mais desmata a Mata Atlântica no país e um dos exemplos disso é o que está acontecendo no Parque das Lauráceas, maior Unidade de Conservação da categoria de proteção integral do estado, com 32 mil hectares desta floresta. Mas a unidade está ameaçada, já que é alvo de uma série de crimes ambientais, que incluem extração ilegal de madeira, palmito, caça de animais silvestres e até mesmo a criação de gado na área protegida. Michel Mello, pesquisador e especialista em conservação da natureza, conta que uma denúncia de abertura de uma estrada irregular dentro do parque levou o Ministério Público do Paraná a cobrar do Governo do Estado a fiscalização da área.

Para o especialista, o estado avançado da degradação no local demonstra que a negligência da fiscalização do parque é um problema crônico.

SONORA

O Instituto Água e Terra é o órgão do governo do Paraná responsável pela gestão e fiscalização das unidades de conservação estaduais. Segundo o diretor de patrimônio natural do órgão, Rafael Andregueto, a fiscalização tem acontecido de forma periódica desde abril, quando foram recebidas as primeiras denúncias, com registro de Boletins de Ocorrência de crimes ambientais praticados na área. Mas o diretor ressalva que há dificuldade de acesso em áreas mais distantes do parque, pela própria estrutura natural, e inclusive de pessoal, por conta do contexto da pandemia. Segundo o diretor, o Instituto prepara uma análise aprofundada sobre todas as Unidades de Conservação do Estado.

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Mas para o especialista em conservação da natureza Michel Mello, é preciso criar estratégias para gerir as Unidades de Conservação que incluam as comunidades no entorno.

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O prazo de resposta que o Ministério Público do Paraná deu para que o Instituto Água e Terra e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e Turismo respondam oficialmente quais providências têm sido adotadas para combater crimes ambientais dentro da unidade de conservação termina nos próximos dias.

 

Amanda Yargas