Jaime Lerner morreu nesta quinta-feira em Curitiba, deixando um legado que marcou o urbanismo mundial.
Foto: Maurílio Cheli/Folhapress
NTR: O governador Ratinho Junior enviou condolências à familiares e amigos de Jaime Lerner e decretou luto oficial de 3 dias pela morte do ex-governador.
Morreu nesta quinta-feira o ex-governador do Paraná Jaime Lerner. Segundo o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, onde ele estava internado, a morte foi decorrência de complicações de uma doença renal crônica.
Lerner tinha 83 anos e esteve à frente da administração estadual por dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2002, primeiro pelo PDT e em seguida pelo PFL, atual DEM. Antes disso, foi prefeito da capital do estado por três vezes pela Arena, PDS e pelo PDT.
O projeto de integração do transporte coletivo que ele desenvolveu para Curitiba, com canaletas de circulação exclusivas, implementado em 1974, virou referência mundial de planejamento urbano e foi replicado em várias cidades do mundo. As gestões Lerner na Prefeitura também trouxeram a criação de parques que são cartões postais da cidade, como o Jardim Botânico e a Ópera de Arame, além da Rua 24 horas e do calçadão da Rua XV.
Lerner defendia que o papel dos carros deveria ser revisto e considerava o veículo como o cigarro do futuro. Ele também avaliou em uma entrevista concedida à Folha de S. Paulo no ano passado, que as cidades que apresentaram crise durante a pandemia precisavam ser repensadas com mais solidariedade.
Jaime Lerner foi diagnosticado com Covid-19 em março deste ano, mas se recuperou e tomou as duas doses da vacina contra a doença.
O curitibano se formou pela Universidade Federal do Paraná e foi presidente da União Internacional dos Arquitetos durante os anos de 2002 e 2005. Em 1990, recebeu o Prêmio Máximo das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Lerner atuou no desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo para os setores público e privado de diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis e Recife, aqui no Brasil e Havana (Cuba), Caracas (Venezuela), Xangai (China), Luanda (Angola), Mazatlán (México), entre outras.
Amanda Yargas