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Nitrato de amônia: entenda o que é e para que serve o produto que causou mortes e destruição no Líbano

Por Jornalismo. Publicado em 05/08/2020 às 19:08.

O nitrato de amônia foi apontado pelo governo do Líbano como responsável pela megaexplosão na região portuária de Beirute, que deixou milhares de feridos e mais de uma centena de mortos na última terça-feira. Cerca de 300 mil pessoas estão desabrigadas. Entenda na reportagem de Amanda Yargas o que é e para que serve o produto, e quando ele pode ser tornar uma bomba.

Foto: AFO

 

 

O governo libanês declarou estado de emergência, pelas próximas duas semanas na capital do país, Beirute, em decorrência da explosão que aconteceu no porto da cidade nessa terça-feira. Até o fechamento desta reportagem, pelo menos 135 pessoas haviam morrido e cerca de 5 mil foram feridas.

O governo de Beirute informou que a destruição se estendeu a mais da metade da cidade e que o dano deve custar mais de 3 bilhões de dólares. O número de pessoas desabrigadas passa de 300 mil.

O material que explodiu, causando as ondas de choque que atingiram a cidade, foi o nitrato de amônia. Zacarias Iskandar um brasileiro que mora em Beirute conta qual foi a sensação no momento da explosão.

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A substância estava estocada no porto há vários anos e o governo mantém sob prisão domiciliar os oficiais portuários responsáveis, enquanto analisa se houve negligência. O nitrato de amônia é um sal utilizado para produção de fertilizantes, como conta o coordenador do curso de Engenharia Química da PUCPR.

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Equipes de busca ainda procuram sobreviventes entre os destroços. Além da já delicada situação sanitária causada pelo coronavírus, alguns hospitais foram parcialmente destruídos com a explosão, que se soma aos problemas econômicos e políticos que o Líbano vinha atravessando nos últimos meses. 85% dos grãos do país, armazenados em um cilo no porto também foram perdidos. O governador de Beirute, Marwan Abboud chorou ao conceder uma entrevista nesta quarta-feira, dizendo não saber como a cidade poderia se recuperar depois disso, comparando o que aconteceu às bombas de Hiroshima e Nagasaki. Zacarias Iskandar compartilha desse sentimento e diz que o país precisa de ajuda internacional.

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Nesta terça-feira, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro disse que não há informações de que haja brasileiros entre os mortos e feridos na explosão e que o governo estuda junto com a comunidade libanesa de São Paulo uma forma de enviar ajuda ao país Árabe. Outros países também já se organizam para dar suporte ao Líbano com equipes e busca, alimentos, recursos e medicamentos, entre eles o Kuwait, a Noruega, a Turquia, a Inglaterra e a Austrália.

 

Repórter Amanda Yargas