Crise econômica, inflação, pandemia e agora a guerra, são fatores que contribuem para a insegurança alimentar que se alastra no país, principalmente, entre os mais pobres; economista aponta um cenário desfavorável para os próximos meses.
Por Fernanda Nardo
Um em cada quatro brasileiros não teve o suficiente para comer nos últimos meses, é o que aponta uma pesquisa feita pelo Instituo Datafolha, realizada na semana passada. Segundo o estudo, para 24% da população, a quantidade de comida disponível em casa para alimentar a família não foi suficiente. Já 63% apontaram que a alimentação foi suficiente, e 13% declararam que a quantidade de comida ficou acima do necessário. A falta de alimentos atinge de forma acentuada a população em pobreza e extrema pobreza. O economista, Marcelo Curado, aponta que junto com a pandemia, o desemprego e a estagnação econômica, piorou ainda mais a situação de muitas famílias nos últimos meses.
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Cerca de 35% dos entrevistados com renda mensal de até dois salários mínimos, julgaram a quantidade de comida em casa insuficiente. No entanto, dos entrevistados que ganham de dois a cinco salários mínimos, 13% disseram que faltaram alimentos. Essa porcentagem diminui para 6% nos casos daqueles que ganham de cinco a dez salários mínimos. Segundo o economista, um dos caminhos para aumentar o poder de compra dos brasileiros é segurar a inflação e ampliar os programas sociais.
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Marcelo Curado explica que uma solução definitiva depende de um conjunto de ações mais complexas que serão conquistados em um cenário distante, devido tanto a situação atual econômica interna quanto por fatores externos, como o conflito entre Rússia e Ucrânia.
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Para a pesquisa o Instituto Datafolha ouviu 2.556 pessoas em 181 municípios brasileiros entre os dias 22 e 23 de março.