Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Esporte PARA TODOS- Reportagem 03

Por Jornalismo. Publicado em 26/02/2020 às 10:11.

Bolsas e patrocínios dão condições e incentivam a prática do paradesporte, mas ainda não dão conta de todas as necessidades dos atletas, principalmente os de alto rendimento. Confira a terceira reportagem da série Esporte PARA Todos, com a repórter Amanda Yargas.

Nota retorno:
Amanhã na quarta reportagem da série Esporte PARA Todos, vamos ver o paradesporte como uma ferramenta de reabilitação, independência e inclusão social. Não perca as histórias dos atletas.

 

 

Nos últimos anos, várias políticas públicas e patrocínios contribuíram para o desenvolvimento do paradesporto no Brasil. Em 2001, a lei Agnelo Piva determinou que 2% da arrecadação bruta das loterias federais sejam destinadas aos Comitês Olímpico e Paralímpico Brasileiro. O Comitê Paralímpico recebe 15% deste valor. A Caixa Econômica Federal passou a patrocinar o Comitê Paralímpico em 2011, com investimento em modalidades, atletas e, recentemente, em um Centro de Treinamento em São Paulo.

Além disso, o programa Bolsa Atleta do Governo Federal destinou em 2020 cerca de 21% dos seus recursos para esportes paralímpicos, contemplando 1334 atletas. Já o governo do Paraná tem em seu calendário de jogos oficiais o Parajaps, uma competição exclusiva para pessoas com deficiência que envolve 1200 atletas. O programa estadual de bolsas, o Geração Olímpica, que tem o patrocínio da Copel, concedeu 219 bolsas para atletas com deficiência em 2019. A coordenadora do programa, Denise Golfieri, conta quais os resultados alcançados com esse investimento.

Os paratletas também precisam de técnicos, equipamento, transporte, alimentação especial, viajar para as competições, acompanhamento da equipe médica como todo atleta, ou ainda mais especializados e tudo isso tem um custo.
Daniel Jorge da Silva, atleta da seleção brasileira de vôlei sentado, comentou que o esporte de alto rendimento exige tempo de dedicação aos treinos, o que pode ser difícil de conciliar com uma jornada de trabalho comum.

45% dos atletas brasileiros que participaram das Paralimpíadas do Rio recebia Bolsa Atleta, segundo uma pesquisa do DataSenado, realizada na época das competições. 16% recebiam recursos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte e 15% tinha patrocínio de empresas estatais. No entanto, 88% consideraram esses investimentos insuficientes. Ainda segundo o levantamento, a quantidade e a qualidade dos espaços para a prática de esportes adaptados foi considerada ruim por mais da metade dos atletas. A técnica de esgrima em cadeira de rodas Tabea (Tabêa) Alves analisa esse quadro.

Repórter Amanda Yargas.