A prática de um paradesporte de forma amadora esbarra em dificuldades de logística e financiamento, já que os equipamentos são caros e os clubes investem apenas no alto rendimento. Acompanhe a última reportagem da série Esporte PARA Todos.
Quem reúne a galera para bater uma bolinha de vez em quando costuma reclamar quando alguém desmarca em cima da hora. Se o esporte não é futebol ou futsal a dificuldade para achar gente para completar o time aumenta. No caso do paradesporte amador, reunir um grupo para praticar só por diversão tem ainda mais dificuldades. Além de encontrar quem tenha vontade de jogar, um dos maiores problemas é ter o equipamento adequado, como contou o designer Fabio Rocha, ex-jogador de basquete em cadeira de rodas.
Segundo o técnico de bocha paralímpica Darlan Ciesielski (Tichelski), a prática só é possível com apoio de clubes, já que o investimento é alto.
Fabio Rocha é cadeirante há 11 anos, desde que sofreu um acidente de carro. Logo que entrou no time para praticar basquete adaptado já estava treinando para competições e apenas 2 semanas depois participou de uma etapa do campeonato paranaense. Segundo o ex-jogador, por conta do custo, os clubes só investem no alto rendimento.
O acesso aos locais de prática também é um dificultador e pode ter consequências tanto na saúde física quanto mental, como alerta Fabio Rocha.
Mesmo que a prática do paradesporte exija enfrentar um número maior de dificuldades, o ex-atleta não vê isso como uma forma de superação, mas sim de aprendizado.
O esporte é importante para qualquer ser humano. Ele ajuda a manter a saúde física, desenvolve pensamento estratégico, cria e fortalece laços sociais e afetivos, favorece a autonomia e é fonte de inspiração. E por isso, a ex-nadadora da seleção paralímpica brasileira, Ana Berthier (Bertie) deixa um recado para quem ainda não pratica nenhuma modalidade.
Repórter Amanda Yargas