Um dos setores que mais sofreu o impacto da pandemia foi o do turismo. Mas agora, com a retomada gradual das atividades, a ideia é adaptar serviços para ganhar confiança e atrair os turistas. A opinião de especialistas é de que os estados do Sul do país precisam focar no turismo local para recuperar o setor.
Já no início da pandemia, se sabia que o turismo seria bastante afetado pela crise. E isso acontece pela própria característica do ramo, que normalmente incentiva justamente o deslocamento e o contato. Os bens e serviços de viagens e eventos não podem ser estocados e vendidos em outro momento. O impacto direto nas agências de turismo, nas companhias de transporte e de hospedagem, se ramifica em diversos outros setores que tornam essa cadeia possível, desde o produtor rural até companhias de combustível.
E uma das formas de garantir a sobrevivência das empresas que atuam no setor é adaptar o trabalho, como conta a coordenadora estadual de turismo do Sebrae-PR, Patrícia Albanez.
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Foi com adaptações e novas ideias que um parque ecológico da cidade litorânea de Morretes, no Paraná, reabriu na última semana. Além de rever todo o sistema de pagamento, o restaurante do parque, que antes funcionava no sistema de buffet, passou a atender a la carte. Além disso, foi criada uma cesta de piquenique facilmente higienizável, assim, a família pode fazer uma refeição ao ar livre e longe de outras pessoas. A cidade de Morretes tem mais da metade de suas atividades ligadas ao turismo e o setor se reuniu para organizar a reabertura junto com o governo municipal e o Ministério Público, de uma forma que fosse segura para os turistas. Para entrar no município é preciso fazer um cadastro prévio que inclui o roteiro do visitante na cidade, aferição de temperatura na chegada e é claro o uso de máscara e álcool em gel durante a estada. A diretora do parque ecológico, Tatiana Perim, disse que a reabertura só foi possível pela organização de esforços conjunta entre as autoridades e os empresários do ramo.
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Segundo a turismóloga e professora da PUCPR, Raquel Panke, cada estado da região Sul tem sua característica própria no setor. O Rio Grande do Sul recebe muitos turistas no inverno, principalmente na Serra Gaúcha, e a capital Porto Alegre é conhecida por grandes eventos, como a Semana Farroupilha, que reúne cerca de 6 milhões de pessoas.
Já Santa Catarina tem o turismo bastante estruturado, tendo as praias como principais atrativos, mas com o turismo de negócios e eventos muito fortes, como a Oktober Fest, já cancelada neste ano. 15 mil pessoas trabalham diretamente em atividades relacionadas ao turismo catarinense, e os eventos movimentam 15 milhões de reais anualmente no estado.
O Paraná é um estado de característica bem heterogênea, com as Cataratas do Iguaçu como grande atrativo turístico internacional e localidades pitorescas que recebem mais o movimento regional. E a turismóloga considera que é justamente este tipo de turismo que estará em alta no pós-pandemia.
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De Curitiba, repórter Amanda Yargas