Um estudo revelou que o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são estados brasileiros com potencial para a produção de biogás, o que pode atrair os olhares de investidores estrangeiros para a região Sul do Brasil. Este é o assunto de hoje no Sul em Destaque.
Um documento publicado em dezembro de 2019 pela Cibiogás Brasil e pela GEF Biogás Brasil, entidade que reúne a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, mostrou que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, têm potencial para a produção de biogás. O estudo é inédito e mapeou as plantas produtoras em toda a região sul do país de seis substratos: avicultura, bovinocultura, suinocultura, abatedouro, laticínio e fecularia.
A engenheira ambiental e consultora da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Daiana Gotardo, explica como esta fonte de energia é formada.
Segundo o levantamento, o Paraná liderou a produção de biogás no Sul do País. O Estado gerou 44 mil e 925 Normal metros cúbicos por dia da energia limpa. Atualmente são 40 plantas em funcionamento. O resultado positivo foi puxado principalmente pela Região Oeste, reflexo da maior produção de proteínas originadas de suínos e frangos do Estado. De acordo com o estudo, 70% da região é apta para receber um arranjo de produção de biogás, obtido a partir dos dejetos desses animais. E essa informação já atraiu investidores estrangeiros. No fim do mês passado uma empresa alemã anunciou um investimento de 60 milhões de reais em uma nova usina do produto na cidade de Toledo.
A expectativa é que o biogás seja usado até no transporte coletivo do Paraná, como conta o governador do Estado Carlos Massa Ratinho Junior.
Atrás do Paraná, vem Santa Catarina que produziu 35 mil e 292 Normal metros cúbicos por dia de biogás, com 25 plantas em operação. E em seguida vem Rio Grande do Sul, com 9 mil e 160 Normal metros cúbicos por dia, com 10 plantas.
Agora falando de futuro e levando em consideração a produção de biogás a partir avicultura, bovinocultura, suinocultura, abatedouro, laticínio e fecularia, os três estados têm o potencial de produzirem juntos 3 bilhões 340milhões 823mil e 877 normal metros cúbicos por dia.
Para se ter uma ideia, se esse potencial de produção de biogás for convertido em energia elétrica pode abastecer 2 milhões e 600 mil casas com consumo de 220 quilowattes/ hora/ mês com quatro moradores.
A consultora da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Daiana Gotardo, reforça o potencial da região Sul na produção de biogás.
Além da Cibiogás Brasil e da GEF Biogás Brasil, o levantamento também contou com a participação da Global Environment Facility; dos Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Minas e Energia; e Meio Ambiente; e ainda Centro Internacional de Energias Renováveis; Itaipu Binacional e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e da Associação Brasileira de Biogás.
De Curitiba, repórter Deividi Lira.