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HPV causa câncer de garganta? Oncologista aponta risco para sexo oral sem proteção

Por Comunicação. Publicado em 02/08/2023 às 08:00.

Estudos sugerem que incidência da neoplasia pelo Papilomavírus Humano pode ultrapassar casos de tumores induzidos pelo tabagismo.

Por Fernanda Nardo

No Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025 o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 15.100 casos de câncer da cavidade oral e orofaringe, sendo um risco estimado de 6,99 por 100 mil habitantes. Estima-se que entre 2030 e 2040, o vírus HPV seja responsável por cerca de 50% dos tumores de orofaringe, sendo a outra metade relacionada ao tabagismo. As estruturas que compõem a orofaringe são a base da língua, o palato mole, as amígdalas e paredes laterais e posterior da faringe. Principalmente a base da língua e as amígdalas são os locais mais acometidos pela doença HPV relacionada. O risco de contato com o vírus HPV aumenta quanto maior é o número de parceiros sexuais ao longo da vida, principalmente quando falamos do sexo oral, como explica o oncologista da Oncoclínicas Curitiba, Ermelino Becker.

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Contudo, vale lembrar que os tumores não surgem pelo ato em si, mas sim pela infecção pelo HPV – um grupo com mais de 200 subtipos do vírus que podem infectar a pele e a mucosa genital, oral e anal tanto de homens, quanto mulheres, como aponta o especialisat.

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Além do sexo oral, a transmissão do vírus também pode ocorrer por meio de relações sexuais vaginais ou anais, causando outras neoplasias, como câncer de colo do útero, vagina, vulva, pênis e anus, acrescenta o médico.

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Ele destaca que para frear o aumento dos casos, é fundamental disseminar informações de qualidade, como a importância do uso de preservativo nas relações sexuais. A vacinação contra o HPV também não deve ser deixada de lado.

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Diferente do câncer de colo de útero, não existe uma estratégia de rastreamento para o câncer de orofaringe relacionado ao HPV. Assim, é fundamental a busca por atendimento especializado caso haja persistência de sintomas na região da garganta. Isso é ainda mais relevante para os indivíduos tabagistas que têm um risco ainda maior de desenvolver câncer nessa região. O diagnóstico precoce é fundamental para um maior sucesso do tratamento.