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Júlia Wanderley: educadora abriu portas para o ensino formal das mulheres no Paraná

Por Comunicação. Publicado em 25/08/2022 às 11:57.

Nascida em 26 de agosto de 1874, em Ponta Grossa, Júlia lutou pela autonomia feminina e pelo direito das mulheres à educação formal. Conheça a trajetória e a importância histórica de uma mulher que marcou época.

Por Fernanda Nardo

Nascida em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, em 26 de agosto de 1874,  Júlia Augusta de Souza Wanderley Petrich, mais conhecida como Júlia Wanderley, ganhou notoriedade no Paraná por conta da busca pela autonomia feminina, em uma época que predominava o universo masculino no campo profissional. Aos 16 anos, Julia Wanderley era extremamente engajada. No ano de 1890, ela liderou um movimento para permitir o ingresso de mulheres na Escola Normal do Paraná. Embora, desde o início da década de 1880, as mulheres pudessem tirar o diploma de magistério, a elas era vedada a chance de participar presencialmente das aulas, e o resultado disso, era que a grande maioria dos professores eram homens. Dessa forma, Júlia foi a primeira mulher a se matricular e frequentar o ambiente da Escola Normal. Mas ela não foi a única. Em 1891, Júlia insistiu para que seu direito fosse estendido a mais mulheres, como explica a pedagoga e doutora em educação, Silvete Aparecida Crippa de Araújo.

SONORA

O fato permitiu que Júlia Wanderley se tornasse a primeira mulher a se matricular na Escola Normal e dois anos depois, em 1892, conquistar o posto de primeira professora normalista do Paraná. Mais tarde, lecionou na Escola Tiradentes, instituição a qual se tornou diretora.

SONORA

Em 1º de outubro de 1895, Julia  se casou com Frederico Petrich, marceneiro e entalhador filho de portugueses. Julia queria muito ter filhos mas não podia. Então, a saída encontrada foi adotar o seu sobrinho, Julio da Costa, nascido em novembro de 1901. Para além desse legado educacional, Julia Wanderley tinha gostos interessantes. Ela era fotógrafa e adorava tirar fotos de sua família e de cenas cotidianas de Curitiba.

SONORA

Julia Wanderley faleceu no dia 5 de abril de 1918, aos 44 anos. Júlia lutou pela autonomia feminina pelo direito das mulheres à educação formal. Ela depositava amor e confiança na educação, a única que, para ela, moveria o mundo. Além de diversas instituições que levam seu nome, como escolas e bibliotecas, é possível encontrar um busto de Júlia Wanderley, talhado por João Turin, localizado na Praça Santos Andrade em Curitiba. Na capital, há também uma rua com seu nome, localizada no bairro Mercês.