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Ministério da Saúde emite alerta sobre febre amarela para a região Sul do país

Por Jornalismo. Publicado em 23/01/2020 às 16:26.

O Ministério da Saúde emitiu um alerta para sul e sudeste do Brasil, sobre os cuidados com a febre amarela. Nas duas regiões circula o vírus da doença em macacos, o que é um risco para os humanos. O Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, fecham o cerco para impedir o avanço da doença. Este é o assunto do Sul em Destaque de hoje com Amanda Yargas.

NOTA RETORNO: 
A Secretaria Estadual de Saúde atualizou no final da tarde dessa quarta-feira a situação da doença no Paraná. 40 macacos morreram por febre amarela no Estado.
Somente na última semana, conforme o boletim, foram sete mortes registradas. Outros 104 casos da doença em macacos estão sendo investigados.
E em humanos 15 casos suspeitos estão sendo investigados.

 

 

Macacos infectados com febre amarela indicam que as regiões sul e sudeste do país estão vulneráveis à doença. Os primatas não transmitem o vírus aos humanos, mas, assim como nós, são infectados por mosquitos. Desde julho do ano passado até o meio de janeiro deste ano, foram 34 casos confirmados de animais com a doença no Paraná, 1 em Santa Catarina e 3 em São Paulo. O cenário é ainda mais preocupante por causa das altas temperaturas do verão. E a previsão do Ministério da Saúde é que ele vai se espalhar para o oeste do Paraná e o Sudoeste de Santa Catarina. Por isso, os estados do sul e do sudeste estão sob o risco de uma possível epidemia, como explica Rodrigo Saidí, coordenador de vigilância de arboroviroses do Ministério da Saúde.

O Paraná, que teve a maior quantidade de casos de macacos infectados, reforçou a vacinação, aumentando a cobertura vacinal de 75,84% em 2018 para 81,7% em 2019. O estado teve 17 casos confirmados de febre amarela em humanos e um homem morreu em Morretes, cidade que fica no litoral. Segundo a secretaria, ele chegou a ser abordado pelos agentes sanitários, mas se recusou a tomar a vacina.  Por isso, o secretário de estado da Saúde do Paraná, Beto Preto, reforçou a importância da imunização.

Para evitar que a doença atinja humanos, os estados do sul já estão monitorando as áreas de risco desde o ano passado. João Fuck, gerente de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, estado que registrou 64 mortes de primatas com suspeita da doença nos primeiros 20 dias deste ano, diz quais as ações o estado tem tomado.

Já no Rio Grande do Sul, onde não há casos confirmados da presença do vírus, a secretaria foca as ações nas cidades com Mata Atlântica próximas à divisa com Santa Catarina, como conta Edmilson dos Santos, biólogo do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do estado gaúcho.

Os sintomas iniciais da doença são febre com calafrios, dor de cabeça, dores musculares muito fortes, vômito e diarreia, além da coloração amarelada dos olhos e da pele. Por isso ela pode ser confundida com uma virose, evoluir e causar danos mais graves e levar à morte.

A vacina contra a febre amarela está disponível nas unidades básicas de saúde e quem nunca tiver tomado ou não souber se tomou deve receber a dose única.

De Curitiba, repórter Amanda Yargas