A Floresta Atlântica é a mais atingida pelo desmatamento no país com menos de 30% da mata original ainda preservada. A Região Sul tem o maior corredor de preservação do bioma, mas o ritmo acelerado de derrubada ameaça a sobrevivência da floresta. Mas novas formas de negócios trazem soluções sustentáveis para manter a floresta em pé sem comprometer a economia. Confira na reportagem de Amanda Yargas.
O maior remanescente de Floresta Atlântica do Brasil fica na área que vai do litoral norte de Santa Catarina, passa pelo Paraná e chega ao sul de São Paulo. Apesar disso, segundo o MapBiomas, o Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil, o estado paranaense foi o terceiro em número total de hectares desmatados de Floresta Atlântica no país.
Foram 2.215 hectares do bioma atingidos no primeiro semestre de 2020 no Paraná, o que corresponde a 76% da perda total da floresta na Região Sul do país. Em Santa Catarina, foram derrubados 423 hectares no semestre, e no Rio Grande do Sul, 238 hectares. A Floresta Atlântica é a mais devastada do país, com apenas 27,3% da vegetação original preservada, justamente pela sua localização, como conta o biólogo Guilherme Karam coordenador de Negócio e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.
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O biólogo explica que o Rio Grande do Sul originalmente já tinha uma área menor da Floresta Atlântica, já que grande parte do seu território é ocupado pelos pampas. No caso do Paraná, apenas 12% da floresta original está preservada. Em Santa Catarina, esse número é próximo a 30% mas com território menor, a extensão de floresta original nos dois estados hoje é semelhante. O mapeamento do projeto indica que a região central do Paraná é onde o desmatamento está ocorrendo de forma mais acelerada. Segundo o biólogo, a floresta está sendo derrubada principalmente para a agropecuária e a expansão imobiliária.
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Mas a derrubada da floresta não atinge apenas os animais e plantas do próprio bioma. Ela tem consequências inclusive para os humanos e as cidades, há quilômetros de distância.
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A legislação exige que apenas 20% da floresta localizada dentro de propriedades seja mantida, além daquelas de preservação permanente como as localizadas em encostas, no entorno de rios ou nascentes. Mesmo assim, boa parte da derrubada da floresta hoje tem sido feita de forma ilegal. O coordenador de Negócios e Diversidade lembra que a floresta deve ser vista hoje como um ativo, explorando as possibilidades financeiras locais que não sejam prejudiciais ao ecossistema.
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Repórter Amanda Yargas