É a primeira vez em quase 20 anos que o Brasil não atinge a meta de vacinação para nenhuma das principais vacinas em crianças de até um ano. No Paraná, a média de cobertura vacinal ficou em 85%. A falta de proteção preocupa especialistas e põe em risco a saúde de toda a população. Quem traz as informações é a repórter Amanda Yargas.
A cobertura da vacinação, que deveria ser de 90 a 95% para garantir a proteção geral da população, vem caindo nos últimos cinco anos, e já chega a até 27% para alguns imunizantes. Segundo especialistas, a pandemia e o cenário político têm contribuído para atrasar ainda mais a procura pelas vacinas em 2020. A Sociedade Brasileira de Pediatria chegou a publicar um manifesto sobre o assunto, onde defende que os pais devem ser orientados à levar os filhos para serem vacinados como uma responsabilidade cívica com o bem-estar individual e coletivo, e não como uma opção.
Segundo a coordenadora do centro de Vacina do Hospital Pequeno Príncipe, Heloísa Giamberardino, depois do acesso à água potável, o uso de vacinas é a medida que mais reduziu a mortalidade da população, à frente inclusive dos antibióticos. Ela avalia que este resultado positivo teve um efeito contrário no esclarecimento da população.
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O sarampo era uma das doenças que foi considerada erradicada e reapareceu no Paraná com a falta de vacinação. Além de altamente contagiosa, ela também tem um efeito de apagar informações aprendidas pelo sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável a outras doenças. Para a coordenadora, estarmos enfrentando a epidemia de sarampo durante a pandemia do coronavírus é algo que poderia ter sido evitado. Ela reforça a necessidade de combater conceitos equivocados sobre a imunização, disseminados através de fake news.
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De Curitiba, Amanda Yargas