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Região Sul tem a maior média de produtos com indicação geográfica do país

Por Jornalismo. Publicado em 09/01/2020 às 09:00. Atualizado em 17/01/2020 às 11:26.

Produtos ligados à tradição e a qualidade de uma região são reconhecidos pelo selo de Indicação Geográfica. 20 produtos na Região Sul carregam a certificação, entre eles, o couro do Vale dos Sinos do Rio Grande do Sul, a banana de Corupá de Santa Catarina e o recém-adicionado a lista, melado de Capanema do Paraná. O reconhecimento reflete na economia e também na cultura local. Confira na reportagem de Amanda Yargas.

 

 

 

A região sul tem a maior média de produtos com indicação geográfica do país, num total de 6,6 registros por estado. As Indicações Geográficas, as IGs, são um sistema de garantia. De um lado, ele protege que apenas os verdadeiros herdeiros de uma tradição ou os produtores de um local específico se beneficiem da reputação que o produto construiu. Por outro, garante ao consumidor que ele foi produzido dentro de padrões específicos de origem, qualidade e técnica.

Como um dos pioneiros na obtenção das certificações, atuando nisso desde a década de 90, o Rio Grande do Sul está na primeira colocação no ranking nacional com 10 indicações, posição que divide com Minas Gerais. A maioria são vinhos de várias regiões, mas também a carne do pampa, o couro do vale dos sinos, os doces tradicionais de Pelotas e o arroz do litoral norte. Segundo a pesquisadora Edna Ferronatto, da Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, a indicação favorece a economia e a cultura da região certificada.

Atualmente, existem 75 registros de Indicação Geográfica no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.  São 55 indicações de procedência nacionais e 20 denominações de origem, sendo 11 nacionais e nove estrangeiras. O Paraná acaba de receber uma nova concessão de indicação de procedência, para o melado batido e o melado escorrido de Capanema. Com isso, o estado totaliza 8 indicações geográficas e se firma em segundo lugar no ranking nacional. A cidade conta atualmente com oito agroindústrias e 16 produtores de cana-de-açúcar. Itamar Schuck é o diretor-presidente da Cooperfronteira (Cooperativa Agroindustrial Fronteira Iguaçu) que conta com 45 cooperados. Ele contou que alguns produtores de leite já pensam em migrar para a produção de cana e explica a importância desta conquista para a região.

O registro do melado de Capanema foi conseguido também com apoio do Sebrae, que fomentou o processo de indicação geográfica desde o início. O processo reuniu informações, histórias, fotos, relatos e reportagens sobre a cultura e a produção do melado. A consultora do Sebrae, Alyne Chicoki avalia o impacto do registro de indicação geográfica em Capanema.

No Paraná os produtos com Indicação geográfica são a erva mate de São Mateus do Sul, os cafés do Norte Pioneiro a goiaba de Carlópolis o mel de Ortigueira e o do Oeste do Paraná, o queijo de Witmarsun e as uvas de Marialva. Em Santa Catarina, estão certificados o vinho do Vale da Uva e a banana de Corupá.

 

De Curitiba, repórter Amanda Yargas