Uso exagerado de antibióticos na pandemia pode contribuir com superbactérias no futuro.
O uso de medicamentos de forma inadequada pode melhorar geneticamente um agente infeccioso. É o processo de criação das chamadas superbactérias, que são bactérias que se tornam mais fortes e resistentes aos medicamentos comuns, como alguns antibióticos. É nesse cenário que pesquisadores alertam para um futuro próximo sobre o uso inadequado e desenfreado de antibióticos no tratamento da COVID-19, quando prescritos sem necessidade.
Já em 2019, antes da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a chamada resistência microbiana — que ocorre quando doenças são resistentes aos antibióticos — poderá estar associada a 10 milhões de mortes anuais no cenário mais dramático para 2050. Com a pandemia da COVID-19, esse panorama deve ser acelerado. Atualmente, cerca de 700 mil pessoas morrem por ano devido a essa resistência microbiana. Mesmo doenças consideradas comuns, como pneumonia e infecção urinária, já são dificultadas pela resistência do tratamento em alguns casos.
O doutor em Farmacologia e coordenador do curso de Farmácia da Universidade Positivo, João Luiz Coelho Ribas, está entre os profissionais que se preocupa com o cenário pós-covid com o uso exagerado de antibióticos durante a pandemia.
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No caso da COVID-19, os antibióticos são prescritos, em alguns casos, de forma preventiva. Isso porque muitos pacientes podem apresentar uma eventual infecção por alguma bactéria, quando são acometidos pelo vírus. O que os especialistas defendem é que os profissionais de saúde só devem receitar antibióticos após a confirmação de uma infecção por bactérias ou fungos, de preferência por exame de cultura bacteriana. U SEJA , é o uso quando necessário.
O professor lembra que o uso inadequado dos antibióticos não é ligado apenas à pandemia.
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Repórter Juliana Sartori